Como Fazer uma Boa Gestão de Riscos
Autoria: Alessandro MAPA dos Santos e Luiz Fernando da Silva XAVIER
Segundo o PMI (2017), “Todos os projetos possuem riscos, pois são empreendimentos únicos com graus variados de complexidade que visam proporcionar benefícios”. A partir dessa afirmação podemos destacar que:
- Os empreendimentos envolvem recursos (humanos e materiais) e tem custos a eles associados;
- Existem graus variados de complexidade de forma que o uso de ferramentas e técnicas auxilia no tratamento dessas variações de complexidade conforme a necessidade de cada projeto. O gerenciamento de riscos oferece informações que minimizam as incertezas dos projetos independentemente se forem de complexidades baixas ou elevadas;
- Gerar Benefícios é o objetivo de qualquer empreendimento! Os benefícios são os motivadores e razão da existência dos empreendimentos.
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Todo empreendimento está exposto aos mais variados tipos e níveis de riscos e as equipes dos projetos precisam conhecer qual nível de exposição aos riscos é considerado aceitável. Isso é reflexo do apetite a riscos dos responsáveis (pelo projeto e/ou organização) e deve ser plenamente divulgada à equipe. A partir dessa necessidade, dá-se início a um processo estruturado de gerenciamento dos riscos, onde se contempla a identificação dos riscos; a priorização dos riscos, classificando-os de acordo com suas probabilidades de ocorrência e consequências (impacto) caso ocorram, com a definição das respostas aos riscos e suas respectivas implementações além do monitoramento (e controle) dos riscos.
O gerenciamento dos riscos dos projetos contempla os processos, ferramentas e técnicas essenciais ao tratamento das incertezas dos projetos e/ou negócios, visando a redução das fontes negativas de incertezas e promovendo a exposição das oportunidades de ganhos de forma a maximizar a probabilidade de sucesso do empreendimento.
Este processo é cíclico e forma a base para o gerenciamento dos riscos dos projetos. O produto gerado com esse processo é um documento com informações de abordagens qualitativas e/ou quantitativas sobre os riscos, a depender da necessidade e complexidade do projeto.
Na análise qualitativa, classificamos os riscos dentro de uma escala de grandeza e essas informações auxiliam na sensibilização sobre a exposição aos riscos, mas não apresenta cálculos numéricos que apoiam literalmente uma tomada de decisão. São comumente aplicáveis a projetos pequenos e de baixa complexidade.
Na análise quantitativa, os riscos são quantificados numericamente, proporcionando uma melhor priorização e respostas aos riscos, através de informações mensuráveis que apresentam os custos para tratamento e o risco residual que se origina. Afinal, aquilo que não é medido não é controlado! Se o projeto possui muitas incertezas não mensuradas, ele perde em previsibilidade e aumenta consideravelmente a probabilidade de gerar custos financeiros não previstos, que podem inviabilizar o projeto ou gerar prejuízos à Empresa.
A Beware desenvolveu a metodologia Riskware (baseada na conceituada Metodologia de Gerenciamento de Projetos – Methodware), que considera a aplicação tanto da análise qualitativa quanto da análise quantitativa. Nessa última considera a solução de através do uso de Simulação de Monte Carlo, o que representa o “Estado da Arte” no gerenciamento dos riscos.
A metodologia permite aplicar as boas práticas tanto para Gestão de Riscos Corporativos quanto para riscos em processos, projetos, programas e portfólios. A metodologia é dividida em três níveis de aplicação:
1 - Basic Riskware: Solução mais básica e requisito mínimo em várias instâncias da gestão pública e privada, tratando os riscos de forma puramente qualitativa;
2 – Riskware: Solução intermediária que trata os riscos quantitativamente, considerando o conceito de Valor Monetário Esperado (VME) como parâmetro de avaliação dos riscos;
3 - Advanced Riskware: Solução avançada que considera o estado da arte no gerenciamento dos riscos, através da aplicação da simulação de Monte Carlo permitindo conhecer o grau de confiabilidade associado aos riscos em questão.
O “RoadMap” a seguir apresenta a sistemática da metodologia:
O mapa acima foi pensado e desenvolvido para ser intuitivo e é possível explorá-lo através da ferramenta disponível em:
http://methodware.com.br/sistema/adm/metodologias/metodologia/riskware.
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Overview da Metodologia:
As Políticas de Gestão de Riscos e Identificação dos Riscos são os pontos de partida para o gerenciamento dos riscos e servem de base para se realizar tanto a análise qualitativa quanto a análise quantitativa dos projetos.
Basic Riskware: Indicada para projetos pequenos, principalmente internos, e para aqueles que devam atender às exigências de contratação públicas tais como, por exemplo, a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 26 DE MAIO DE 2017. Ela é essencialmente QUALITATIVA.
Seguindo o processo, a partir da análise qualitativa feita através da metodologia, é possível se realizar uma conversão das informações da Basic Riskware em valores quantitativos. A conversão em valores quantitativos reduz a subjetividade das estimativas e é feita em função dos valores intermediários das faixas de probabilidade e impacto. As faixas de probabilidade da Riskware utilizam uma aproximação de valores associados à curva normal e estima a probabilidade quantitativa através de uma média aritmética das extremidades da faixa de probabilidade. As faixas de impacto são proporcionais ao valor do projeto.
A figura 1 representa esse modelo de conversão.
Figura 1. Faixas de Probabilidade de ocorrência para conversão de valores qualitativos em quantitativos.
Riskware: Indicada para projetos médios que necessitam quantificar o valor de riscos que devem compor suas reservas de contingência. O uso de valores quantitativos permite priorizar melhor os riscos e decidir até quanto podemos gastar para responder aos mesmos. Considera que a reserva de contingência componha a linha de base de custos, mas não incorpora a reserva gerencial, que consiste em uma reserva para riscos não identificados e não compõe a linha de base.
Advanced Riskware: Indicada para projetos que necessitam quantificar o valor de riscos que devem compor suas reservas de contingência e, avaliar o grau de confiabilidade dessas reservas. Utiliza um modelo “probabilístico” baseado nos riscos identificados, suas distribuições de probabilidades e impactos, suas dependências e outros fatores como entradas para gerar curvas de frequência acumulada e gráficos de Tornado que permitem representar o intervalo de resultados simulados para o projeto e seu enquadramento na curva de Valores Monetários Simulados.
Em síntese, o gerenciamento dos riscos deve ser focado em identificar e tratar o máximo possível de incertezas dos projetos, priorizando e provendo subsídios para tomadas de decisão ligadas a respostas prévias ou caso o risco ocorra, através de informações confiáveis e estruturadas.
A Beware considera que a Riskware é uma solução prática e completa para a gestão de riscos dos projetos, com escalabilidade para cada aplicação. Estruturada na plataforma Methodweb, pode ser customizada conforme a necessidade de cada organização, independentemente de sua área de atuação. Nesta instância customizada o cliente pode fazer sua própria gestão da metodologia, incluindo colaboradores, definindo seu nível de acesso, alterando textos e templates da Riskware, permitindo o acesso à versão mais atual da metodologia de forma colaborativa e garantindo maior performance em sua utilização.
Referência Bibliográfica
PMI. Um Guia do conhecimento em gerenciamento de projetos (Guia PMBOK®) – 6. ed. Newtown Square: Project Management Institute (PMI), 2017.
Luiz Fernando da Silva Xavier ( RMP, PMP)
Diretor da Beware - xavier@beware.com.br
- Consultor em Gestão de Riscos. Desde 2004 atua na FGV e UFRJ como professor especialista deste assunto.
- Certificado como Risk Management Professional (RMP) e Project Management Professional (PMP) pelo Project Management Institute (PMI).
- Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Federal Fluminense.
- Professor do Programa de Cursos Conveniados do FGV-Management, da Fundação Getúlio Vargas.
- Co-autor dos livros "Gerenciamento de Escopo em Projetos" (FGV - 2010); "Metodologia de Gerenciamento de Projetos - Methodware" (Brasport - 2009); "Metodologia Simplificada de Gerenciamento de Projetos - Basic Methodware" (Brasport - 2011); e “Qualitividade : Excelência e Competitividade pela Qualidade em Serviços”.
Alessandro Mapa
Gerente de Projeto da Beware - mapa@beware.com.br
Profissional com 15 anos de experiência em gestão de projetos, atuando em:
• Projetos de desenvolvimento de software, monitorando as entregas, gerindo a documentação e comunicação entre gerentes dos projetos e desenvolvedores;
• Coordenação da operação do serviço dos sites de holding educacional;
• Líder de equipe de desenvolvimento de dashboards em cliente de telecomunicações;
• Programa de ampliação da produção da Gerdau Açominas, integrando os cronogramas dos fornecedores de equipamentos (China) e serviços (fornecedor nacional);
• Coordenação na área de subsea dos projetos de E&P de óleo e gás, utilizando metodologia FEL e o SAP PS como ferramenta de gestão. Foco no controle orçamentário e avanço físico, acompanhamento das aquisições, gestão de mudanças e riscos. Facilitador e integrador entre as equipes multidisciplinares.